13 de fevereiro de 2011

A direita a fazer biquinho!


Ainda a propósito da moção de censura anunciada pelo Bloco.

No momento em que Francisco Louçã anunciava a apresentação pelo BE, de uma moção de censura ao governo, quem contemplasse os rostos da bancada do PSD e CDS, apercebia-se da surpresa com que recebiam a notícia. Mas foi sol de pouca dura... De imediato a surpresa foi substituída pelo salivar irracional de quem tem muita lista por constituir e muito lugar por distribuir. Quem ouvisse Pedro Mota Soares ou Miguel Macedo à saída do plenário, percebia ansiedade, ou melhor, aquele sorrisinho maroto de quem está a conseguir aquilo que quer, sem ter feito muito por isso.

Pois é. Surpresa das surpresas, o líder parlamentar do Bloco, José Manuel Pureza, o mesmo que muitos comentadores insinuavam estar contra a moção de censura, veio acalmar os "mercados da direita". "A moção de censura é também contra a direita", dizia ele. E porquê? Porque PS e direita são indissociáveis. E não preciso ir muito longe, é ver os últimos orçamentos. É que a censura ao PS, traz consigo a censura da direita, quais irmãos siameses.

Quando a direita percebeu isto, tratou de lançar os seus cães de caça pelas tv´s e jornais para "malhar no bloco". É ver hoje os artigos de opinião, ao ouvir o Luís Delgado e afins. Mas o mais caricato de toda esta birra da direita é ouvir o que agora dizem do PCP. "Os comunistas que não servem para soluções de governo", são agora uma "partido que honra os seus compromissos"! "Os que controlam os sindicatos e os instrumentalizam contra o governo" são agora os que "têm uma grande implantação social"! "Não é como esse jovens urbanos qualificados do Bloco que não representam ninguém".

Uma coisa esta moção de cesura já consegui: o Bloco é o centro do debate e este é cada vez mais a escolha entre a austeridade selectiva e a resposta combativa da esquerda.

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