17 de fevereiro de 2011

Eu ainda estou chateada com a Maria de Lurdes Rodrigues, mas o ensino está mau e a culpa é d@s profs

Há uns tempos, li uma notícia que dizia que, em média, 2 profs são agredid@s por dia. Dizia também que a Linha SOS Professor, criada em Setembro de 2008, já tinha tido algumas centenas de queixas. Quanto a mim, acho perfeitamente compreensível. O estado a que o ensino português chegou é, sem querer culpar ninguém, d@s profs. A criançada não que estar na escola, pelo que é de imediato excluída. O ministério tem menos culpa ainda, já que muda quase todos os anos. @s profs são, portanto, @s únic@s que resistem tempo suficiente para poder fazer asneira. Pelo menos @s que ainda vão garantindo o seu emprego. Torna-se óbvio que temos de castigar de alguma forma estas/es formad@s incompetentes.

Repare-se: ser prof é um ser humano que reclama do ordenado e do trabalho, que corre o risco de se tornar em nómada e de ser sovad@ por um delinquente qualquer que cisma em não querer aprender a dividir orações. Como é que pomos gente desta a ensinar? Se tivessem realmente algum tipo de conhecimento prático, tê-lo-iam usado em proveito próprio.

Ser prof não é uma vocação: é uma falta de juízo. Esta gente que parece gostar de andar de terra em terra a espalhar o horror e a aterrorizar a vida a dezenas de alun@s deixou de ter valor para quase toda a gente. Gente que se sujeita a más condições de vida, que teima em ensinar a diferença entre pronomes e determinantes a quem não quer aprender e que ainda vive na insegurança, correndo o risco de ver aparecer um pai regateiro que não gostou da negativa do filho, quando é suposto que seja inteligente e transmita sabedoria, não pode inspirar confiança a ninguém. Se dantes um professor batia para amansar, agora é sovado para se calar. Passamos de professores que batiam a professores espancados. Estas relações entre estudantes sádic@s e pedagog@s masoquistas não deviam ser permitidas pelo Ministério. Afinal, somos apenas crianças, estamos à espera que alguém mais competente e vivido do que nós tome esse tipo de relações sensatas e imprescindíveis.

Claro que é mais do que compreensível que uma estudante bata num prof. Este tipo de relações vem comprovar o progresso positivo a que vamos assistindo a toda a hora. O contrário é que seria impensável. Horroriza-me pensar que poderia levar umas reguadas por não saber em que ano é que D. Miguel foi exilado pela primeira vez. Agora dar dois tabefes a um professor porque ele marca demasiados trabalhos de casa é perfeitamente justificável.

Com base nestas relações, julgo que me é possível afirmar que ser prof é ser sexualmente pervertid@. Quer @s profs antig@s, @s sádic@s, quer @s profs modern@s, @s masoquistas, têm gostos um tanto ou quanto estranhos, gostos esses que têm a ver com as suas preferências sexuais – sádicas ou masoquistas – e onde nós, alun@s, nos vemos, sem querer, numa relação, portanto, sexual, camuflada por verborreias, contas e histórias do passado. E mais não digo. Leiam Freud. Talvez percebam estes instintos peculiares de que me venho a aperceber. Deste modo, cada vez me vai assustando mais ir à escola, que pretensamente seria um lugar seguro, mas onde somos confrontad@s com adult@s perigos@s e infelizes.

@s profs que nunca foram agredid@s são demasiado competentes para que possamos gostar delas/es: a juventude quer e gosta de borga, toda a gente o sabe; @s que já foram, são idiotas, porque não souberam guiar a polícia até ao jardim zoológico onde vivem @s agressoras/es.

Por tudo isto e muito mais que aqui não cabe, eu acho muito mal que o Ricardo Rodrigues queira mandar para a cadeia quem se preocupa em trazer normalidade às coisas.


*Adaptação de um texto publicado há um tempinho no Povo de Guimarães e que me pareceu pertinente agora.

2 comentários:

  1. Oh Ana... discordo profundamente... http://www.youtube.com/watch?v=vozPGasx4CM
    O que o Bill diz para os EUA, eu digo para cá. Quando no ano passado saiu o estudo da OCDE que indicou que no interior do país havia piores resultados que no resto do país, não fiquei admirado: é onde estão as crianças e adolescentes que tem de ajudar os pais nas vindimas, na quinta, etc. É onde apanhas mais casos de pais e famílias alcoólicos que brutalizam e abusam sexualmente d@s estudantes. A razão é simples: na cidade há emprego, no interior não. O sustento é limitado e isso causa tensão nos bolsos das famílias. Mas as crianças devem estar a aprender, não a ser exploradas. O motivo pelo qual cada vez mais existem casos de agressões a professores deve-se ao distanciamento do papel das famílias na Educação das crianças: na cidade o emprego (ou mais que um, em alguns casos), na aldeia a pobreza extrema que leva às situações que te indiquei. E quando tens pais que estão 2 horas por dia com as suas crianças, pais esses que cada vez mais afirmam que a educação deve ser nas escolas, quando a educação destas deve ser de âmbito científico e não de civismo, que outro resultado se espera que não este? Certo, que existem maus professores e professoras, mas isso existe em todo o lado e irá sempre existir. Se isso é motivo para um(a) alun@ agredir essa pessoa, é óbvio que não.

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